terça-feira, 18 de setembro de 2007

O tempo e a rosa - Paula Laís

"Foi o tempo que perdeste com tua rosa, que fez tua rosa tão importante..." (Antoine de Saint-Exupéry)




Tempo... palavra mágica e poderosa. É ele a cura para todos os males, o mestre que carrega em seu colo a maturidade, a resposta para todas as dúvidas...


Às vezes teimamos em lutar contra o tempo! Pedimos a ele que passe depressa, ansiamos pelo amanhã. Noutras vezes, lhe imploramos que passe bem devagar, pra que aquele momento maravilhoso dure bastante. Mas o tempo não pode nos obedecer. Nós é que devemos nos adaptar e aproveitar todas as experiências que ele nos permite vivenciar!





Há alguns dias ganhei uma nova rosa. E não vejo a hora de vê-la desabrochar, pois sinto que essa rosa é mais especial que qualquer outra. A semente dessa rosa foi trazida por uma brisa diferente... meio doce, cheia de harmonia...
Ah, como estou ansioso. Mas vou aproveitar o tempo que ainda resta até a rosa desabrochar. Vou cuidar bastante de mim, e de meu jardim também, pois quero que ele esteja maravilhoso no momento em que minha rosa nascer. E além de cuidar de mim, cuidarei também dela... da minha rosa! Vou regá-la todos os dias, protegê-la das pragas e dos animais grandes, colocá-la ao sol, e até contar histórias, se assim ela desejar. Porque eu quero que essa rosa desabroche no momento certo, e que seja o sonho mais lindo e apaixonante de que se tem notícia.



Rosa, minha querida rosa, prepare-se para mim. Você tem todo o tempo do mundo para se mostrar. A única coisa que eu te peço, minha rosa, é que venha para sempre, e venha no tempo certo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Ela faz cinema - Chico Buarque


"Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual
Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém
Me faz
Eu não sei
Se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito
Cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que Deus ela jura
Que tem coração
e quando o meu coração
Se inflama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem
E fim..."